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Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
Não nos ensinam a falar ao pé da morte. Ao pé dela nunca sabemos o que dizer. Ficamos ali, agarrados aos chavões, os meus sentimentos, os meus pêsames, porque não nos sai mais nada. Nadinha. A boca abre-se e nada. Nada. Os meus pêsames e nós ali, de corpo presente, com tanta coisa para dizer, todas aquelas que devíamos ter dito antes e não dissemos, já se sabe, é sempre a mesma merda, mas a vida é tramada, o tempo não chega, amanhã ligo. Ou para semana. Ou para mês que vem, ou o raio que o parta. E ficamos ali, a olhar para a biqueira dos sapatos, para as coroas de flores, para os velhos que não percebem porque é que há gente nova que vai à frente, e nada. Não sai nada de jeito. Nada. E a morte ali, a olhar para nós, escarninha, como quem diz: querias falar? Falasses antes.
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