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Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
Não uso GPS no carro. Não me entendo com aquilo, faz-me nervos. Nem tirando pio à Catarina ou ao Joaquim a coisa melhora, não gosto, pronto. É uma coisa de feitio. Não gosto de seguir rotas traçadas, de seguir direcções, indicações, caminhos dados por uma aplicação que conhece a minha localização através de uma triangulação qualquer. Sou aquele tipo de pessoa que precisa de se guiar por pontos de referência, de parar a meio do caminho para se situar, para perguntar a quem passa, para sentir os lugares, memorizá-los para poder reconhecê-los acaso passe neles uma próxima vez. Às vezes até preciso de me perder, praguejar, achar que não vou chegar a tempo, que não vou sair dali tão depressa, telefonar a alguém, mesmo que essa pessoa não me possa ajudar, só para falar um bocadinho, para de seguida ganhar coragem e perceber que todo o caminho se retoma sempre, é só uma questão de termos os olhos abertos e alguma persistência. Não compreendo essas viagens rápidas, de seguida, predefinidas, com tempo estimado. Preciso de parar amiúde para esticar as pernas, respirar fundo, desentorpecer o corpo e a mente. Eu sei que parece estranho mas é essa paragem que me faz sentir em viagem. Caso contrário só me sinto em movimento. Que são coisas tão diferentes. Tão diferentes.
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