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Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
A minha filha diverte-se muito quando eu lhe falo dos loucos anos 80 e 90: das cassetes que se enrolavam com uma BIC, dos telefones de disco, dos Spectrum que se ligavam à televisão, do primeiro email que enviei, dos telemóveis que pesavam uma tonelada e que tinham uma antena cujo tamanho lhes deviam permitir captar vida noutros planetas.
Falo-lhe também de quando libertaram Mandela, quando caiu o muro de Berlim e a cortina de ferro, do fim da ditadura militar no Brasil. O mundo parecia um lugar possível. Era fácil acreditar no progresso. Era fácil ter esperança.
Quando termino estes relatos a minha filha costuma comentar: gostava de um dia ter também histórias destas para contar aos meus filhos.
E eu, pensando na viragem preocupante que o mundo está a viver, calo-me. Como se diz a um filho que ele não vai ter a mesma sorte do que nós?
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